sexta-feira, 28 de maio de 2010

Por ela é que eu faço bonito

Isabel é o meu sonho de infância. Nos meus sonhos ela era quase exatamente assim. Tinha até o apelido de Bebel. Talvez fosse um pouco menos mandona e talvez fosse um pouco menos ciumenta. Talvez fosse também um pouco menos implicante, vaidosa e exibida. Quer decidir suas próprias roupas, seu penteado e diz que não usa de jeito nenhum o cabelo de um jeito pois é assim que uma amiguinha usa e ela tem horror “ao estilo” da menina. Mas a verdade é que nem nos meus sonhos ela era tão graciosa, esperta e observadora, ligada em tudo à sua volta.


Pensando bem, ela é beeem diferente do sonho, como só a realidade pode ser. Mas ela me fez mãe e transformou sonho em fato. Eu sou outra depois dela, pois passei a acreditar mais na vida e nos sonhos. Não que a minha vida fosse ruim antes dela. Mas é muuuuito melhor depois.

Nada acontece à sua volta sem que ela perceba e tente entender. Cria teorias sobre as coisas e constrói seu próprio mundo. E eu vou ao seu lado tentando tornar o mundo real o melhor possível para ela e ao mesmo tempo tentando prepará-la para o mundo real, diferente do mundo dos sonhos. Mas esperta como só, ela já percebe essas diferenças e à noite me faz perguntas desconcertantes. Outro dia me perguntou sobre meu pai, que ela chama com o curioso título de vovô Dadinho. Curioso porque meu pai só viveu 33 anos. Ela queria saber porque ele tinha “morrido logo” e se ela também iria. Me perguntou isso com aquela vozinha apertada de quem sabe bem em que terreno está pisando.

Ri dos meus esquecimentos e chega a desdenhar do meu jeito distraído: “ah, mamãe, porque você sempre esquece tudo”? Aliás, tem se tornado uma parceira e tanto nesse quesito. Antes de sair me pergunta se estou levando o celular e me avisa aos gritos que o irmão se pendurou em cima da estante ou está mastigando um pedaço papel, no mísero segundo em que desviei os olhos. Comenta das minhas roupas e me lembra de passar um batonzinho antes de sair. E ela só tem 4 anos. Eu imagino o que vem por aí e o esforço que terei que fazer para lidar com essa figurinha, que “se acha” (rs). Dicas de como colocar essa figurinha no seu lugar e ao mesmo tempo deixá-la continuar tão esperta e segura de si, são bem vindas!

Pequeno Mamute

Pra começar, uma confissão: nunca quis ser mãe de menino. Desde sempre, quando me imaginava grávida e com filhos, imaginava duas ou mais meninas, de saiote de balé, brincando juntas de dançar, de escolinha ou de boneca, tal qual faço hoje com a dona Bebel. Imaginava como seria pentear seus cabelos, escolher os vestidinhos e tudo o mais de encantador que o mundo feminino nos oferece e hoje curto cada momento com a minha pequena.


Foi então que quando saí da ultra de 12 semanas, com o diagnóstico definitivo dado pelo Dr. Baião (“esse aqui é homem”), confesso que fiquei pra lá de surpresa e com uma pontinha de decepção. Nada de duas menininhas compartilhando bonecas, uma vez que esse seria provavelmente meu último filho. Olhei para o Pedro imaginando uma super empolgação da parte dele, mas ele também não expressou grandes comemorações. No carro confessou que também esperava outra garotinha, já tava acostumado com elas.

O engraçado é que hoje, na academia uma moça me perguntou como era ter filho homem. Disse que tinha duas meninas e que pensava em um terceiro, mas só se tivesse certeza que vinha outra menina. Respondi que, pela minha experiência, os meninos eram realmente impossíveis, mais agitados, menos cuidadosos, ficavam doente mais frequentemente (agora mesmo Rafinha está febril), mas que só tendo um para saber a delícia.

Desde que nasceu, o guri é, sem exageros, o encanto em pessoa. Tem o olhar mais lindo e expressivo que já vi num bebê e é carinhosíssimo. O bichinho se aninha no colo feito um ursinho, solta beijos e abraços, tem um sorriso indescritível e também adora dançar com a irmã. Não falo com certeza de características especificas do sexo masculino. Entretanto tornam-se especialmente irresistíveis quando somadas a um serzinho de corpinho forte, com uma carinha de machinho meio engraçada e que passa correndo desajeitado atrás da bola e gritando gol, que escala tudo o que vê com uns musculoszinhos à mostra e adora dar uns abraços de urso. Brinco que ele é o meu pequeno mamute, pois não tem nada de delicado: quando nasceu já era um bezerrão de 4,5 kg, com os traços marcante e a cabeleira escura.

Bom, mas nem tudo são flores: o moleque também andou ganhando uns apelidos digamos, menos elogiosos, por conta de seu comportamento: pequeno vândalo, hooligan, hiperativo, terrível são alguns dos nomes pelo qual meu gostosinho às vezes é chamado por aí.

Mas no fim das contas o que ficou de tudo isso foi que o prazer de ter um filho não tem absolutamente nenhuma relação com esse ou aquele sexo, mas com essa ou aquela pessoinha. Penso que isso de preferir filha mulher talvez venha de uma visão meio narcísica da maternidade - uma vez que cresci com duas irmãs e uma prima- de uma idéia de que filhos são a nossa continuação, o que é por si só um grande equívoco.

Não posso deixar de pensar também que pode ser que o menino nem seja assim tão ligado em futebol no futuro, que prefira música, teatro ou sei lá o quê. Mas nesse momento nada é mais prazeroso do que ver pai e filho brincando de bola juntos e imaginar o que mais o futuro me trará de momentos deliciosos com o meu pequeno Bambam.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Começando...

Bom, depois de um longo tempo no anonimato, apenas dando pitacos nos espaços alheios, resolvi colocar um pouco o nariz de fora. Sou conhecida como Lalu, sou casada com o Pedro e tenho dois filhotes deliciosos e terríveis: Isabel e Rafael, a nossa duplinha sertaneja.
Bebel, como faz questão de ser chamada, é uma meninazinha de seus 4 anos e pouco, linda, inteligente, independente, moleca, vaidosa e geniosa como ninguém. Adora sobretudo bonecas, barbies e maquiagem, mas também curte o flamengo e sonha aprender a se equilibrar em um patins. Como a maioria das crianças de sua geração passa a maior parte de seu dia na escola, onde faz inúmeras atividades, sendo algumas "in english".
Desde março de 2009, nossa "Gugudinha" ganhou a companhia do Rafa ou Rafanildo, para os íntimos. Moleque danadinho que só, Rafinha vive se machucando para desespero da mãe e de toda a família. Engatinhou com seis meses e desde então não pára quieto um segundo (literalmente). Mexe em tudo, sobe em tudo, destrói tudo, e faz tudo o mais como apenas um bebê de pouco mais de um ano é capaz.
Pra tocar esse barco, conto com a Mara, babá de super confiança que dá uma super mão nos dias de semana até às 17:30. A partir daí e nos finais de semana, sou eu, eu mesma e o maridão, que anda meio esgotado e tem pedido arrêgo. Como no momento estou trabalhando pouco, acho justo que ele descanse mais, mas como resultado, terminos os domingos louca pela chegada da 2as feiras.
Quero registrar o dia-a-dia dessas ferinhas e falar do que mais me der na telha.