sexta-feira, 28 de maio de 2010

Pequeno Mamute

Pra começar, uma confissão: nunca quis ser mãe de menino. Desde sempre, quando me imaginava grávida e com filhos, imaginava duas ou mais meninas, de saiote de balé, brincando juntas de dançar, de escolinha ou de boneca, tal qual faço hoje com a dona Bebel. Imaginava como seria pentear seus cabelos, escolher os vestidinhos e tudo o mais de encantador que o mundo feminino nos oferece e hoje curto cada momento com a minha pequena.


Foi então que quando saí da ultra de 12 semanas, com o diagnóstico definitivo dado pelo Dr. Baião (“esse aqui é homem”), confesso que fiquei pra lá de surpresa e com uma pontinha de decepção. Nada de duas menininhas compartilhando bonecas, uma vez que esse seria provavelmente meu último filho. Olhei para o Pedro imaginando uma super empolgação da parte dele, mas ele também não expressou grandes comemorações. No carro confessou que também esperava outra garotinha, já tava acostumado com elas.

O engraçado é que hoje, na academia uma moça me perguntou como era ter filho homem. Disse que tinha duas meninas e que pensava em um terceiro, mas só se tivesse certeza que vinha outra menina. Respondi que, pela minha experiência, os meninos eram realmente impossíveis, mais agitados, menos cuidadosos, ficavam doente mais frequentemente (agora mesmo Rafinha está febril), mas que só tendo um para saber a delícia.

Desde que nasceu, o guri é, sem exageros, o encanto em pessoa. Tem o olhar mais lindo e expressivo que já vi num bebê e é carinhosíssimo. O bichinho se aninha no colo feito um ursinho, solta beijos e abraços, tem um sorriso indescritível e também adora dançar com a irmã. Não falo com certeza de características especificas do sexo masculino. Entretanto tornam-se especialmente irresistíveis quando somadas a um serzinho de corpinho forte, com uma carinha de machinho meio engraçada e que passa correndo desajeitado atrás da bola e gritando gol, que escala tudo o que vê com uns musculoszinhos à mostra e adora dar uns abraços de urso. Brinco que ele é o meu pequeno mamute, pois não tem nada de delicado: quando nasceu já era um bezerrão de 4,5 kg, com os traços marcante e a cabeleira escura.

Bom, mas nem tudo são flores: o moleque também andou ganhando uns apelidos digamos, menos elogiosos, por conta de seu comportamento: pequeno vândalo, hooligan, hiperativo, terrível são alguns dos nomes pelo qual meu gostosinho às vezes é chamado por aí.

Mas no fim das contas o que ficou de tudo isso foi que o prazer de ter um filho não tem absolutamente nenhuma relação com esse ou aquele sexo, mas com essa ou aquela pessoinha. Penso que isso de preferir filha mulher talvez venha de uma visão meio narcísica da maternidade - uma vez que cresci com duas irmãs e uma prima- de uma idéia de que filhos são a nossa continuação, o que é por si só um grande equívoco.

Não posso deixar de pensar também que pode ser que o menino nem seja assim tão ligado em futebol no futuro, que prefira música, teatro ou sei lá o quê. Mas nesse momento nada é mais prazeroso do que ver pai e filho brincando de bola juntos e imaginar o que mais o futuro me trará de momentos deliciosos com o meu pequeno Bambam.

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